08/06/17

CORBYN. O regresso da política ao serviço do bem comum.



Corbyn não ganhou as eleições mas obteve um resultado extraordinário. Retirou a maioria absoluta aos conservadores, aumentou o número de deputados e viu o Partido Nacionalista escocês perder parte dos seus deputados. 

Nenhum líder trabalhista fez tanto nos últimos anos e em particular numa situação tão dificil. O oportunismo de May e dos conservadores não funcionou.

Corbyn mostrou que é um homem para os tempos dificieis, um líder capaz de enfrentar a tarefa hérculea de tornar a sociedade britânica mais justa. Um homem que olha de frente para a desigualdade e que é capaz de a enfrentar propondo-se acabar com as situações que a alimentam. 

O Manifesto Eleitoral do Labour é um documento nuclear para discutir o futuro da esquerda e o futuro da democracia. Mas é sobretudo um documento nuclear para permitir à esquerda governar com base em politicas públicas justas, construídas para responder às necessidades das pessoas, de todas as pessoas e não apenas de alguns que exercem em seu benefício um poder tutelar sobre a classe politica. Veja-se o caso do sector da energia em Portugal e a forma como ele gere os sucessivos governos - este incluído - e os condiciona e limita em seu benefício. 

Corbyn sai destas eleições como o mais credível líder do Reino Unido para o futuro próximo e isso é um resultado politico extraordinário. Será certamente ele a governar o Reino Unido a muito curto prazo* Um governo do povo e para o povo, capaz de tornar o Reino Unido um país decente, outra vez.

Os cretinos que até ao dia de ontem tratavam Corbyn como semi-atrasado e uma velharia, são apenas isso, cretinos. Sem passado nem futuro, embora com muito poder.

* - Aposto num Governo do Labour apoiado no parlamento pelos restantes partidos com excepção dos Conservadores.

ACTUALIZADO com os resultados da manhã:   O Labour teve menos 2,46% dos votos do que os Conservadores. Estamos a falar de 792 mil votros num universo de 25 milhões, disputado taco a taco pelos dois partidos. O sistema eleitoral permite que estes 2,46% se traduzam num número muito significativo de deputados. Da mesma forma os nacionalistas escoceses, com apenas 3,04% dos votos, isto é menos de um milhão de votos, conquistam 35 deputados, já que o seu voto é fortemente concentrado na Escócia. A perda de votos do SNP é a segunda boa notícia para Corbyn. Com um SNP forte dificilmente o Labour poderá ganhar eleições. 

1 comentários:

P. disse...

Inteiramente de acordo consigo!
Cordialidade,
P.Rufino