09/11/17

Inaceitável! Isto era como se algum país da UE interviesse em assuntos de outros países

UE queixa-se de que a Rússia está a imiscuir-se na questão catalã (Jornal Económico)

De qualquer maneira, nem se percebe muito bem em que consistiria essa suposta ingerência:
Os exemplos dados pela equipa de especialistas têm merecido críticas de alguns analistas.(...)

Outro exemplo de uma notícia falsa eventualmente colocada a correr na Europa pelos russos seria a de que a Rússia se prepara para incentivar o aumento do estudo do castelhano junto das camadas mais jovens da população. A notícia até pode ser falsa, mas a sua eficácia em termos da capacidade de intromissão na questão catalã é altamente duvidosa.

Outras notícias são tão inverosímeis. Que é difícil discernir quem poderia acreditar nelas. O grupo de especialistas dá exemplos: “Espanhol já é ensinado como língua estrangeira na Catalunha” (publicado no Vesti.ru em 17 de setembro); “Ilhas Baleares juntam-se ao pedido de independência da Catalunha” (21 de setembro no Sputnik, agência internacional russa); “Catalunha reconhecerá uma Crimeia independente”; “Funcionários seniores da UE apoiam uso da violência na Catalunha”
Algumas dessas pseudo-notícias nem me parecem incentivar o separatismo (que me parece ser a acusação que estará a ser feita aos russos); p.ex., a do “Espanhol já é ensinado como língua estrangeira na Catalunha” parece mais encaixar numa narrativa de "os separatistas catalões são mauzões e querem impor o catalão como única lingua nacional".
Seja como for, e segundo o ‘El Pais’ o aumento de informações sobre a Catalunha nas redes pró-russas passou de quatro por semana passou para 241.
Sim, porque um aumento de artigos sobre a Catalunha nos últimos tempos é algo impensável e só compreensível se fizer parte de uma conspiração, e nem tem paralelo com nada que seja a tendência geral das notícias dos últimos meses (que pode ser facilmente aferido pelo Google Trends). 


Já agora, o artigo do Jornal Económico terá sido escrito por algum boot de traduções ("Outras notícias são tão inverosímeis. Que é difícil discernir quem poderia acreditar nelas.", "o aumento de informações sobre a Catalunha nas redes pró-russas passou de quatro por semana passou para 241"...)?

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